tag:blogger.com,1999:blog-1817973689794177372024-03-05T23:57:32.043-03:00LEITURASBLOG: José Leite Nettojosé leite nettohttp://www.blogger.com/profile/16444225057099803063noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-181797368979417737.post-54123300956190019952017-07-28T10:51:00.001-03:002017-07-28T10:51:59.358-03:00 DESMASCARAMENTO DE UM TRAPACEIRO , UM CONTO DE FRANZ KAFKA.<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; text-transform: uppercase;"><span style="font-size: large;">Desmascaramento de um trapaceiro<a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></a>,
<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; text-transform: uppercase;"><span style="font-size: large;">um conto de Franz Kafka.<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">José Leite Netto<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">Universidade Estadual UECE, Esp. em
Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="font-size: large;">Em “Desmascaramento
de um trapaceiro”, livro publicado em 1912 nos mostra o talento profundo e
universal da literatura kafkiana. Consta no volume intitulado “Contemplação”,
livro onde se observa a liberdade e o vaivém da narrativa que nos oferece o
excepcional, o inesperado e o fantástico na postura ontológica na prosa de
Franz Kafka. Considerado os princípios em que o narrador nos leva ao patamar de
“um trapaceiro”, sejam elas as razões da trapaça em que aqui se analisa,
podemos chegar a dimensão psíquica onde enfrenta o narrador ao desmascarar “um
trapaceiro”. O trato que o autor nos dá nos faz percorrer a diversos caminhos
quando nos deparamos com o dessemelhante ou o desconhecido, o mundo começa logo
a participar do silêncio que os cercam, até as estrelas onde, notadamente, nos
vemos cercados de signos, convenções linguísticas onde tudo antes se
comunicara. Já era noite e o personagem autor sente-se incomodado ao ter que dar
voltas na rua na companhia de “um homem” que ele, o personagem autor, conhecia
“apenas de passagem”: <i>“Finalmente, cerca
de 10 horas da noite, em companhia de um homem que eu já conhecia antes, mas só
de passagem, e que desta vez se juntara a mim.”<a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[2]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></i>. Observa-se na citação certo incomodo do
protagonista pela presença do “Outro”, uma espécie de invasor que o acompanha,
dando ao leitor um estranhamento peculiar na narrativa kafkiana. Esse “Outro”,
dentro de uma perspectiva de identidade ou dentro de uma analise aqui pretensa
a sociossemiótica, passa a se tornar um organismo elementar, uma espécie de “forasteiro”
que usurpa o momento, ou seja, aquilo que está fora da realidade cotidiana do
protagonista e, por estar fora, como observaremos é a negação do protagonista
que projeta no “Outro” fundamentos disjuntivos e excludentes.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 70.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">“- Muito bem – disse
eu, batendo palmas em sinal da necessidade absoluta de uma despedida. Já havia
feito algumas tentativas menos claras nesse sentido. Estava completamente
cansado. - vai subir já? – perguntou ele. Ouvi em sua boca um ruído semelhante
ao dente batendo uns contra os outros (KAFKA, 1912)”</span></i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="font-size: large;"> Nota-se,
portanto, uma parcela de exclusão no ato afetivo do protagonista ao seu
interlocutor inusitado, uma espécie de “fora” através da <i>“absoluta necessidade de uma despedida”, </i>como acima fora citado,
uma rejeição física através da existência do “Outro” que o incomoda. Há, na interpretação
que se investiga, fatores símiles ao <i>“colocar-se
em si como sendo Ele mesmo, tarefa árdua já que se trata de um olhar para o
Outro como elemento de disjunção”<a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[3]</span></b></span><!--[endif]--></span></a>.</i>
Tal maneira que apesar dos fatores predominantes na inter-relação dos personagens
estarem envolto aos índices significativos e imagéticos na trama como em “ruas”,
“noite”, “silêncio” e “estrelas” por onde o simples gesto de um “sorriso” faz
com que o protagonista, em meios a diversos índices de solidão e silêncio, tome
o seu interlocutor inusitado como um “trapaceiro”. E é através do gesto
observado pelo protagonista que podemos constituir em nosso sistema de
linguagem referências comunicativas e “metagestuais” pressupondo uma
determinada negação, o que torna múltipla as significações naquilo que podemos
chamar de subjetividade de interpretação, como nos diz Peirce sobre os
fundamentos dos objetos interpretantes: <i>“um
signo, ou interpretante, é aquilo que, sob certo aspecto ou modo, representa
algo para alguém”<a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[4]</span></b></span><!--[endif]--></span></a>.</i>
Desta forma, para o protagonista fora o gesto de um “sorriso” que lançou ao
mundo interpretativo uma relação de "trapaça”, tradução interpretativa
sobre aquele que se viu trapaceado. <i>“Mas
esse sorriso eu já não enxerguei até o fim, pois a vergonha me fez virar de
repente. Só nesse sorriso, portanto, eu havia reconhecido que ele era um
trapaceiro e nada mais”<a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[5]</span></b></span><!--[endif]--></span></a>.
</i>Assim, não fica difícil assimilação preconcebida na atitude do
protagonista, ao envergonhar-se do seu acompanhante em conceber a linguagem
gestual do “Sorriso” como um pré-julgamento de uma “trapaça”. Cabe-nos, agora,
investigar em que consiste a “trapaça”, ou em que e o porquê houve a “trapaça”.
<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="font-size: large;"> Entende-se,
portanto, que o processo de semiose dado à interpretação do protagonista ao seu
dessemelhante é o ato da negação que examinamos em duas atitudes aparentemente díspares:
uma examina e a outra exclui. Sobretudo, do ponto de vista da exclusão que mais
se evidência, as cismas do protagonista ao reconhecer que não é somente o
indivíduo que, inusitadamente o acompanha, é um trapaceiro, mas toda a
sociedade que o cerca. No conto, como no mundo real, o mundo é constituído de
interesses partidários, uma relação intrínseca do ser humano, precisamente no
uso, não por acaso, da palavra flexionada no plural “<i>embusteiros</i>”, enganadores em que enfatiza o protagonista de
“conhecê-los bem”. Assim, partindo para uma análise através da inter-relação do
ser em si com relação à atitude “metagestual” do “Outro”, nas devidas
articulações que se dá no desenrolar do texto ou nas configurações no intelecto
do protagonista, nos faz assimilar fatores estereótipos de sua repulsa, não
apenas ao seu acompanhante, o “Outro”, mas uma relação de afastamento do “EU”
no mundo com relação ao “NÓS” em sociedade. Não se trata de um sociopata, mas
de um homem que conhece a fundo a alma humana. O conto se apresenta como um
jogo de “esconde-esconde”, uma rede de intrigas e interesses latentes ao
subjetivismo simbólico peculiar na prosa kafkiana, pois quando não se revela a “trapaça”,
ou mais precisamente, quando é percebida a “trapaça” através do gesto do
“Outro”, bem como as atitudes e olhares daqueles que são os seus concidadãos.
Fatores estes que nos deixa em uma rede de interpretação, pois não fica nítida
de que lado está a “cara da moeda” da alteridade, se daquele que observa e
interpreta os signos relacionados à rejeição ou daquele que interpreta
absolutamente um “Sorriso” como um ato de “trapaça”.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 106.2pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">“E no entanto eu já
estava nessa cidade fazia meses, julgava conhecer esses embusteiros – como eles
à noite vêm das travessas ao nosso encontro, os braços estendidos de donos de
hospedaria, como eles se colocam à coluna de cartazes perto da qual estamos, à
maneira de um jogo de esconde-esconde, e emergem por trás dela espionando no
mínimo com um olho (KAFKA, 1912)”. <o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Verifica-se,
portanto, como acima citado, que o protagonista estava na cidade apenas há
alguns meses, o que indica não pertencer àquela cidade e ser um homem de ascensão
social que, devido à classe social, revelou certo interesse do “Outro” em acompanha-lo,
quando antes já havia advertido: </span><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">“Eu
tinha sido de fato convidado. Mas convidado para subir lá onde já estaria com
maior prazer”<a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftn6" name="_ftnref6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[6]</span></b></span><!--[endif]--></span></a>.</span></i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Dentro
dessa ótica podemos avaliar certa demarcação social do protagonista com relação
ao “Outro” ou uma fronteira divisória e individual do protagonista que, ora se
apresenta com fatores de exclusão, quando se sente incomodado com a presença do
“Outro”, ora se apresenta segregado àquela sociedade que lhe é comum e
pertencente a sua classe social, o que indica ao protagonista kafkiano uma
relação disjuntiva com índices preconcebidos de interesses por parte do
“Outro”, como um homem que almeja a ascensão social, revelada pelo sistema de
linguagem de um “Sorriso” como uma interpretação de uma “trapaça”, agora
revelada e desmascarada. Assim podemos analisar que numa perspectiva
sociossemótica o “Outro” tenta agregar-se àquela classe social. Ora! fazer
parte de uma classe equivale a integrar-se A, ser constitutivo DE, compor-se a
uma identidade “NÓS”. Desta forma podemos citar: </span><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">“É
a diversidade das heranças culturais, dos modos de socialização, das condições
econômicas que determina a diversidade dos tipos humanos”.<a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftn7" name="_ftnref7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><u><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><u><span style="line-height: 115%;">[7]</span></u></b></span><!--[endif]--></u></span></a>
</span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Assim equivale
dizer que dentro de uma visão semiótica há dois tipos de indivíduos: um que
segrega ou tenta segregar-se e outro que exclui por estar-se segregado àquela
sociedade. Destarte, podemos concluir que as interpretações sígnicas no sistema
de linguagem que aqui chamei de sistema “metagestual”, apresentam-se em não segregação
por parte do protagonista, outra equivalente a admissão e segregação do
dessemelhante ao querer agregar-se a classe social do protagonista. Nos
diversos meios comunicativos com relação ao “Outro” e as eventuais interpretação
do protagonista, encarados numa perspectiva vivenciada no desfecho do conto,
configurou-se que tudo significava um “Golpe” por estereotipar o “Outro”, com
uma eventual trapaça ou ameaça representada e desmascara através de um gesto.<u><o:p></o:p></u></span></span></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><span style="font-size: large;"><br clear="all" />
</span><hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-size: x-small;"><a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></i></span></a><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> Anexo.<o:p></o:p></span></i></span></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-size: x-small;"><a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[2]</span></b></span><!--[endif]--></span></i></span></a><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> KAFKA, Franz. CONTEMPLAÇÃO/O FOGUISTA. Companhia
das Letras. P.14</span></i></span></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-size: x-small;"><a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[3]</span></b></span><!--[endif]--></span></i></span></a><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> LANDODOWSKI, Eric. PRESENÇAS DO OUTRO ENSAIO DE
SOCIOSSEMIÓTICA. Ed. Perspectiva P.6<o:p></o:p></span></i></span></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-size: x-small;"><a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[4]</span></b></span><!--[endif]--></span></i></span></a><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> PEIRCE, Chales. SEMIÓTICA. Ed. Perspectiva. P. 46.
2015.<o:p></o:p></span></i></span></div>
</div>
<div id="ftn5">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-size: x-small;"><a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[5]</span></b></span><!--[endif]--></span></i></span></a><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> Idem. P. 14</span></i></span></div>
</div>
<div id="ftn6">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-size: x-small;"><a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftnref6" name="_ftn6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 115%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a> Idem. P.14<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn7">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-size: x-small;"><a href="file:///C:/Users/Neto/Documents/Estudos%20Semi%C3%B3tica/semi%C3%B3tica%20e%20sociossemi%C3%B3tica/Desmascaramento%20de%20um%20trapaceiro.%20analise.docx#_ftnref7" name="_ftn7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 115%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a> <i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">LANDODOWSKI,
Eric. PRESENÇAS DO OUTRO ENSAIO DE SOCIOSSEMIÓTICA. Ed. </span></i></span></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: x-small;">Perspectiva P.14</span></span></i></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLZ0JDGyOpvl5_Xb6cGaimsE9sa38S0obZduXB1SJC7ZMzyos4eHQHTa73Sn_iA5eRI_7dM4syOLAvimztEdzbkIl9S0iHSUpL3LQAgNcp_X5iDPvz3FWcwf_iiAehSa9tA3MqLjq6OYQy/s1600/WP_20170728_10_29_51_Pro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLZ0JDGyOpvl5_Xb6cGaimsE9sa38S0obZduXB1SJC7ZMzyos4eHQHTa73Sn_iA5eRI_7dM4syOLAvimztEdzbkIl9S0iHSUpL3LQAgNcp_X5iDPvz3FWcwf_iiAehSa9tA3MqLjq6OYQy/s640/WP_20170728_10_29_51_Pro.jpg" width="360" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHRZHRYr-9SswoSohB4DfxCPIqzOiFZgmEWm6pzfmXZMg9lj-Z7eykcWZryXXqRRnmwAD_kjnLoXYGSbFREtlxr9pQCn1dyoULz5i3DD5uCab3RsT1ZJljS7yuyklL-hk1ooWCOXqP2SIR/s1600/WP_20170728_10_29_57_Pro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHRZHRYr-9SswoSohB4DfxCPIqzOiFZgmEWm6pzfmXZMg9lj-Z7eykcWZryXXqRRnmwAD_kjnLoXYGSbFREtlxr9pQCn1dyoULz5i3DD5uCab3RsT1ZJljS7yuyklL-hk1ooWCOXqP2SIR/s640/WP_20170728_10_29_57_Pro.jpg" width="360" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1LSht4SjNfSp4Dfd1j5Ya-8i5tifnIiVtnB9M1Tnn-JHRLno_tpbK8zUKNksxalURTdw5uRySXs_794HcabLL2xMc9R5z4v28gjhjrOC4uxX0KarGFrfHH0nR8GY_ievyO9UYcrIs1wwE/s1600/WP_20170728_10_30_21_Pro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1LSht4SjNfSp4Dfd1j5Ya-8i5tifnIiVtnB9M1Tnn-JHRLno_tpbK8zUKNksxalURTdw5uRySXs_794HcabLL2xMc9R5z4v28gjhjrOC4uxX0KarGFrfHH0nR8GY_ievyO9UYcrIs1wwE/s640/WP_20170728_10_30_21_Pro.jpg" width="360" /></a></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></i></div>
</div>
</div>
josé leite nettohttp://www.blogger.com/profile/16444225057099803063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-181797368979417737.post-8199142224916973492012-09-22T14:41:00.002-03:002017-07-28T10:49:07.952-03:00entre cupins e Mallarmé<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<i><b><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;"><br /></span></b></i>
<i><b><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;"><br /></span></b></i>
<i><b><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">entre cupins e Mallarmé</span></b></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">josé leite netto</span></i></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">10h.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQeWU2PwMENAhyUTwnay_e2GlRI8MCKQwrv9zf6fM8_wlfBgC438JHAo9RvhHqCIey4aydcl2Sf2KOxYY1Vxj6baLHruh38A3nopCG4nIctc6ZybcKQKdqJ7Dlj4OxMNcDwBUhdVOsRNaL/s1600/blogdebabel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">O sofá já havia gasto. A tinta que sustentava meu coração aos poucos caia. E despencando de um sonho, entre o ranger e outro da rede, lendo Mallarmé, deixo-me entre cupins e uma multidão de verbos espalhados pela sala. Praias e Várzeas esculpiam a eloqüência líqüida de areia manchada de sangue no tapete a se retorcer entre Quixotes e moinhos, enquanto sópro poeiras, versos e gaitas. Johnny Winter e Floyd se mantinham musicais, Jobim também toquinho tocou por aqui. Rener Maria Rilke aconselha-me a não escrever versos, o silêncio talvez se vestisse ao manto de Mallarmé. Silêncio! O cupim roedor é tocador de flauta.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">“Não posso com o teu pó nas prateleiras.” Disse eu enrolando um latim na língua do inseto. E continuando com o dedo em riste...</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">“Se cada cupim soubesse do amor que tenho por esses objetos de Platão e Sade... com seus mistérios de Sintra, Vinicius e sua menina com uma flor, roterdãs com sua loucura disfarçada e medieva... todos vieram a mim, ouviu! Cada um com seu lugar na estante, na minha pequena história particular.”</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">Mas o safado teimou a fumar ópio com Baudelaire e Pessoa. “Caminhemos de mãos dadas. É tempo de mortos faladores” espalhados pelo chão e minha mãe a gritar:</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">“Arruma tudo, o sofá chega amanhã.”</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">Ainda bem que ela foi ao barzinho. Disse-me enquanto o cupim me falava afiado:</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">“Ou tu me sopras ou te devoro.”</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;"> Mas a Desplanura por vezes é o Leme e o sonho de quem toca pífano no pensamento e pensa em ser uma Metáfora de Sol a se estirar na cadeira. As palavras podem ser rudes na Guerra e Paz de uma casa sendo pintada, enquanto o morador se vê às avessas mergulhado em pinceis e tintas. Neste momento, entre rôdo e latas, o cupim passou correndo e juntou-se a barata do senhor Kafka para uma partida de baralho com o gnomo do jardim. Verdade é que eu queria uma régua para medir quilômetros de Aurélios no universo recriado de palavras empoeiradas.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">“Trouxeste a chave?” Perguntei.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">”Não trouxe nada! E não entendo nada e pronto!”</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "book antiqua" , "serif"; font-size: 14pt;">Gritou o velho pintor de parede, com sua barba de Max, diluindo cores em busca de um trocado. Enquanto eu fingia ser cata-vento fazendo cachos.</span></i></div>
josé leite nettohttp://www.blogger.com/profile/16444225057099803063noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-181797368979417737.post-91188008582339795422011-06-27T14:16:00.008-03:002013-07-25T12:09:33.217-03:00Literatura como ato de amor<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhue2wmFzrLSpM2PSjPG2BXuQiUcZ92T0E6HkuDcva-cP25iY2-Z04_WP41x7iANo0e74aExlfKb6cuQYK2InMa2d57MctUDp2bFZxyEMtosDU99j4Y48Dd4ajh4s4rtsDKoTtv92Ik0Va/s1600/mario_sa_carneiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhue2wmFzrLSpM2PSjPG2BXuQiUcZ92T0E6HkuDcva-cP25iY2-Z04_WP41x7iANo0e74aExlfKb6cuQYK2InMa2d57MctUDp2bFZxyEMtosDU99j4Y48Dd4ajh4s4rtsDKoTtv92Ik0Va/s400/mario_sa_carneiro.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><span style="font-size: x-small;">(trecho do poema de Mario de Sá-Carneiro)</span><br />
</b></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<br />
<br />
<span style="font-size: small;"><i><b>Por José Leite Netto</b></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nos dias de hoje e sempre a literatura além de ser um estar-se só, pelo fazer literário, é um ato de AMOR. O escritor ou poeta, como queiram, através de sua cosmovisão cria e recria o seu universo de sentimentos. Amor ou Ódio são duas peças primordiais para o nascimento de uma obra, seja em prosa ou em versos. É necessário que se diga que todo autor carrega em si uma herança cultural obtida através da leitura de outros autores, ou quem sabe, através do inconsciente coletivo, como quer Jung. Não que literatura seja apenas emoção subjetiva. A emoção é o sentimento que suscita uma idéia. É ela quem da ritmo ao poema, reduzindo a palavra a cadência rítmica que necessita o poema ou a prosa. Uma palavra em vão não contém significado intelectual, mas, sim, emotivo. Ninguém diz “Ai” sem ter sentido uma dor ou algo que lhe causasse essa dor. Álvoro de Campos, heterônimo do poeta Fernando Pessoa, soube bem expressar-se num poema intitulado “Opiário”, dedicado ao também poeta português Mario de Sá-Carneiro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">“Eu fingi que estudei engenharia</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Meu coração é uma avozinha que anda</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Pedindo esmola às portas da Alegria (...)”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A Alegria a que se refere Fernando Pessoa, com certeza alude ao Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdan. A loucura ou Moria (loucura em grego) aqui podemos interpretá-la como alegria. A loucura ou a alegria foram os fios condutores que levaram o jovem poeta (também português) Mario de Sá-Carneiro a vestir um smoking e disparar um tiro no peito. Já na décima quarta estrofe, escreve Pessoa.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><i>Por isso eu tomo ópio. É um remédio<br />
Sou um convalescente do Momento. <br />
Moro no rés-do-chão do pensamento<br />
E ver passar a Vida faz-me tédio.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Aqui Fernando Pessoa transfere a dor e a melancolia do amigo Sá-Carneiro ao poema onde, em seu desfecho, pede a Deus que acabe com tudo isso, abra as eclusas e deixe de brincar de Deus com sua alma. É o eterno sofrer da existência humana reduzida a cadência rítmica do poema. O ritmo de uma poesia esta ligado à emoção que é suscitada de uma idéia, até se formar o poema. Então arisco um axioma:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Emoção + Ideia + Poesia= Poema</span><br />
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: large;">Sentimos que toda poesia e toda arte é uma entrega e, portanto um ato de amor girando em torno da emoção e da idéia, e tudo necessita de cultura, até porque jamais existirá LITERATURA, sem POESIA, sem EMOÇÃO, sem AMOR.</span></div>
</div>
josé leite nettohttp://www.blogger.com/profile/16444225057099803063noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-181797368979417737.post-37755291081452520282011-04-12T15:09:00.003-03:002014-01-29T10:39:20.832-03:00da arte de escrever zine ou do que serve um poeta na guerra?<span style="font-size: small;"><br />
</span><br />
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<span style="font-size: small;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: small;">por José leite netto</span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: small;">“A mentira não põe em jogo a intra-estrutura da consciência presente”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: small;">Jean-Paul Sartre</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">É na dialética dos textos e no carisma da expressão da fábula ao realismo que investigo “Coisas que se Contam # 1” de Márcio Araújo e “Só meu Gato me Entende # 12” de Felipe Teixeira. Meio de comunicação dos dois? F</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small; line-height: 115%;">anatic magazine</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small; line-height: 115%;">, “edição de fã” com publicação despretensiosa, popularmente conhecida por zine ou fanzine. Em </span><span style="font-size: small;">“Coisas que se Contam” o leitor de zine irá se deparar com o conto “Mandarim Dourado”, um surrealismo, um mito criado pela mente do personagem “Seu Alzir” quando garoto. O “Mandarim Dourado” de Márcio Araújo é desprendido, pois é a emoção-ação = inquietação da personagem num universo povoado de vida no símbolo do peixe onde se desenrola a estória que, absurdamente, </span><span style="font-size: small;"> trato por epopéia reduzida ao conto – síntese – referindo-me a poética e imagética da linguagem até o desfechar do conto - Zine. A infância do personagem “Alzir” é uma farra de leitura, dado a criatividade do causo do peixe fabuloso tão cobiçado. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">“Lá vem ele. – gritavam – o caçador do Mandarim Dourado. Isso era falado de longe (...). Seu Alzir, sim por que ele agora já era homem. Tinha barba na cara e filho no currículo (...).”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">É na fantasia do personagem “Alzir” que o peixe toma certas decisões, transcendência e experiência, depois de anos adquire atitudes e laços com gerações passadas o que piora a “psicose” do personagem pescador - “Seu Alzir”. Pois é na subjetividade do personagem “Alzir” que o ser–peixe é humanizado, “Mandarim Dourado”, pré-existe, e se existe é pela Má-fé, a mentira, a ficção. Compreender a ficção seria compreender o mentiroso que no escritor existe. Nada melhor do que uma mentira bem contada. Assim vou tentando compreender o “Mandarim Dourado” no fenômeno da Má-fé. “(...) Achava que aquele peixe não era mais aquele de sua infância e sim de outra geração (...). Imaginava gerações inteiras de peixes que teria se comprometido com o laço de suas tradições de lhe deixar louco(...)”. Essa é a negação do personagem central para o olhar do EU leitor, a afirmação da existência para a negação, em que chamo de “fábula” ou ficção – mentira. Assim o autor fica consciente da mentira conduzindo o leitor para o caminho da “fábula”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">No sentido inverso, mas no caminho da ficção + mentira = a fuga, o leitor se deparará com o conto “Não se Morre de Saudade” de Felipe Teixeira, no fanzine “Só meu Gato me Entende # 12”. Pois enquanto um (Márcio Araújo) nos fala de ilusão, o outro (Felipe Teixeira) nos fala de dor. Não sou crítico, mas do que serve um poeta na guerra? Nada! No entanto, nos diz Drummond, “a poesia resiste à falsa ordem, que é a rigor, barbárie e caos.” O poeta nomeia a saudade, através da melancolia que o “infarta”. Seu ser abre caminhos e o mundo doa símbolos. O verbo está sempre armado. A palavra é sua arma de dor. Segundo Alfredo Bosi a modernidade pesa mais arduamente sobre o mito-poético que nos dias atuais é furtado pela realidade. E tem razão. Pois morrer de saudade, na primeira fase do romantismo, seria morrer de amor. A saudade é a causa de sua dor, implícita na mentira fuga fazendo com que o leitor some o que a personagem oculta na verdade que o incomoda. </span><span style="font-size: small;"> “(...) Procurou em suas listas antigas de telefones alguém por quem pudesse sentir saudade. Sem sucesso. Tentou bares, parques, cinemas, cafés, saraus, parada de ônibus, calçadas... em vão (...). </span><span style="font-size: small;"> Em época de sociedade consumista e embalada pelo capitalismo, a poesia tende a ser mais áspera. E o leitor desatento poderá não encontrar poesia em “Sentia como se seu coração fosse um motor em macha ré”. Há em “Não se Morre de Saudade” de Felipe Teixeira a potência de fuga, o espelho retrovisor da melancolia,a solidão, a psicologia quando a personagem não </span><span style="font-size: small;"> reconhecer a verdade e o desejo de morte no bojo do conto ou o que ouso taxar de pleonasmo poético </span><span style="font-size: small;"> em “A dor doía”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">A arte de escrever zine se configura pela força de vontade que nos leva a driblar a falta de editora. </span><span style="font-size: small;"> Não vivemos em um mundo fechado. Estamos vivos e debatendo, ouviram? A distribuidora e mídia encontram-se na internet e no nosso velho correio, por onde recebi o F</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small; line-height: 115%;">anatic magazine </span><span style="font-size: small;"> e o desafio do colega poeta e internauta Márcio</span><span style="font-size: small;"> Araújo.</span></div>
josé leite nettohttp://www.blogger.com/profile/16444225057099803063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-181797368979417737.post-58012021909931077212011-04-02T17:26:00.015-03:002022-08-12T10:32:12.216-03:00O que é poesia, o que é o poema e o que é o poeta?<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""verdana" , "sans-serif""><br />
</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjL1q5WAOqaOA-eVbqA0yg5gjfONZm2Vk5Q9NRQQP95iXGsuSAkyAzyzh1yLW2MIZcvVTz1PB0lsL09wvPkVCyroPcwcAjXW_45anb0SY8MaP-0GnU0WeQzJKkgULiiIRvQVFpWyro_Vlw/s1600/manet17.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjL1q5WAOqaOA-eVbqA0yg5gjfONZm2Vk5Q9NRQQP95iXGsuSAkyAzyzh1yLW2MIZcvVTz1PB0lsL09wvPkVCyroPcwcAjXW_45anb0SY8MaP-0GnU0WeQzJKkgULiiIRvQVFpWyro_Vlw/s320/manet17.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><span face=""verdana" , "sans-serif"">Foto:Stéphane Mallarme</span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span face=""verdana" , "sans-serif""> Por josé Leite Netto</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span face=""verdana" , "sans-serif""><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span face=""verdana" , "sans-serif""><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span face=""verdana" , "sans-serif""><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span face=""verdana" , "sans-serif""><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><div class="MsoNormal"><div class="MsoNormal">Cada poema é um achado, a conclusão de uma metáfora surgindo através dos enigmas. A poesia é o espírito do poema, aquele que percebe o espirito nas coisas do mundo, ultrapassa a fronteira do nada e o transforma em poema. O papel sobre a mesa do poeta, disse João Cabral de Melo Neto em seu poema “A Lição de Poesia”, é um fantasma em branco, ou melhor, enquanto não há nele o verbo encarnado no papel. </div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">“A luta branca sobre o papel</div><div class="MsoNormal">Que o poeta evita,</div><div class="MsoNormal">Luta branca onde corre o sangue</div><div class="MsoNormal">De suas veias de água salgada.”</div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">Stéphane Mallarmé, poeta que considero o mestre do simbolismo, afirma que a poesia é uma criação cósmica sob o signo da beleza do todo. Eis as metáforas ou a alquimia verbal que transforma o espírito das coisas percebidas em poemas. Cada palavra escolhida em “Um Lance de Dados” (1897) inaugura o que conhecemos hoje por poesia concreta. Opá! Mas não foi o próprio Mallarmè quem disse que nomear um objeto seria suprimir parte do gozo do poema que é feito da felicidade de adivinhamos pouco a pouco. Portanto, guiemo-nos pela inspiração e pela sonoridade rítmica dos versos de Mallarmè:</div></div></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Nada, esta espuma, virgem verso</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Apenas denotando a taça;</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Como longe afogam-se em massa</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Sereias em tropa ao inverso.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Naveguemos, ó meus diversos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Amigos, eu já sobre a popa,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Vós a proa que rompe em pompa</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">As vagas de trovões adversos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Empenho-me em pura voragem</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Sem mesmo temer a arfagem</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">A, de pé, este brinde erguer:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">Solitude, recife, estrela,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">A não importa o que valer</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">O alvo desvelo em nossa vela.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><div class="MsoNormal">De pé, erguendo uma taça em torno de uma mesa, entre amigos, disse Mallarmè este soneto com 51 anos de idade em 15 de fevereiro de 1893. Posso afirmar que concordo com os críticos que dizem que “O Brinde” é um dos mais belos poemas que fez e faz de Mallarmè o maestro da poesia. Sobre este maestro do simbolismo escreveu Ricardo Reis – heterónimo de Fernando Pessoa: “A poesia é uma música que se faz com ideias e por isso com palavras.” Teria Pessoa se influenciado pela inquietação e pela concepção de poesia como música, assim como afirmava Mallarmé? Para José Augusto Seabra, tradutor da seleta “Stéphane Mallarmé, Poemas Lidos por Fernando Pessoa, nos diz: “ Dessa forma o poeta marca bem a identidade e a diferença que aproximam e separam, semioticamente, a poesia e a música.” Concordo. Sei que as dificuldades são diversas para uma profunda compreensão da poesia mallarmeana e que o título é pretensioso.</div><div><br /></div></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 212.4pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 212.4pt; text-align: justify;">
<span face=""verdana" , "sans-serif"">* Brinde: poema traduzido por José Lino Grünewald (poemas de Stéphane Mallarmé – editora nova fronteira)</span></div>
josé leite nettohttp://www.blogger.com/profile/16444225057099803063noreply@blogger.com9